Já não é um exclusivo do turismo. Há cada vez mais estrangeiros a procurar-nos, mas já não é só para aproveitar por uns dias tudo o que o país tem para oferecer. Depois de seis anos a reduzir-se, o número de imigrantes volta agora a crescer, com quase 380 mil pessoas de diferentes nacionalidades a escolher ficar por cá no ano passado. E se a comunidade brasileira continua a dominar, representando um quinto dos estrangeiros a viver em Portugal, a verdade é que há um novo movimento de europeus que estão a trocar os seus países pelo nosso. Vêm sobretudo pela segurança que o país oferece e atraídos pelos regimes fiscais favoráveis, alguns reformados mas a maioria para fazer vida e trabalhar aqui. Franceses e ingleses, sobretudo, têm chegado em grandes números, valorizando - garantem os representantes dessas comunidades ouvidos pelo DN - aquele que, atualmente, é um dos maiores atributos que Portugal tem para oferecer: a segurança.
Numa altura em que o espaço europeu se torna palco de sucessivos ataques terroristas - com a violência a tornar países como França e o Reino Unido em alvos preferenciais -, Portugal destaca-se como um canto seguro não apenas para passar férias. Porém, para assim nos mantermos, é preciso que haja ação e investimento sério em áreas como a Defesa e a Segurança Interna. Casos como o assalto em Tancos - que continua por esclarecer, onde não se aponta culpados e se multiplicam as teorias mais surreais em sucessivas tentativas de desvalorizar um caso sério e grave - são exemplo do que pode acontecer caso essas medidas não sejam tomadas. Como o são os incríveis episódios dos argelinos fugidos do aeroporto em momentos diferentes - o primeiro caso não serviu de emenda.
Não é um problema exclusivo das nossas forças de segurança. Com meios parcos e deficientes, só é possível agir, investigar e prevenir até certo ponto. Tem de haver coragem para tomar as decisões políticas essenciais e urgentes para garantir estruturas profissionais, antes que nos falhe a sorte. Não são apenas a imigração e o turismo que estão aqui em causa. É a segurança de todos os portugueses