A partilha da gravação áudio de uma reunião entre membros do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) revela falta de condições financeiras e problemas estruturais.
Um coordenador de departamento revela que o SEF não possui meios financeiros para pagar a fornecedores. “O resultado onde estamos hoje resulta de interesses pessoais, egos feridos e umbigos a sangrar. E não conseguimos controlar esses venenos", confessou.
Não só a reestruturação do serviço está em causa, mas também a sua coordenação no presente e futuro. Segundo o áudio da reunião de equipa do SEF, divulgado pela TVI, o coordenador acrescenta que “ninguém sabe nada, é colar post-its na parede e navegar à vista".
A linguagem utilizada pelo coordenador é informal e descuidada e a mensagem é clara: não existe estrutura que permita o funcionamento desta entidade.
Embora o governo planeie a criação da agência portuguesa para as migrações e asilo, com o trabalho conjunto de diversas autoridades que assumirão as funções policiais do SEF, são as próprias chefias quem admite que “não há orçamento, não há institutos”.
O coordenador mostra-se revoltado com as decisões políticas referindo que os membros do SEF devem “garantir que minimizam os estragos”.
A TVI avança que o SEF tem acumulado várias dívidas a diferentes fornecedores, em centenas de milhares de euros. Questão também abordada pelo coordenador que confessa ter mentido a fornecedores, o que se refletirá nas condições que o SEF dispõe.